Nada em mim, em lugar nenhum. Não tenho certeza mas acho que subimos e voamos alto pra cairmos em algum de nossos próprios penhascos. Aqueles que criamos dentro da gente. Somos uma cidade grande procurando uma escuridão em alguma rua deserta de nós mesmos. E nos levantamos dizendo que vai ser diferente. Mas acabamos no breu, ouvindo nossas próprias respirações e nos responsabilizando pelos nossos batimentos de um coração inquieto. De uma vida inquieta de questionamentos sobre a própria vida. Nos forçamos a acreditar da mesma forma que nos forçamos a desacreditar. Nos damos realidades para nós mesmos termos no que desacreditar e a chance de acreditar de novo.
Uma cidade grande cheia de gente. Gente que contam os mesmo contos, que vivem o mesmo dia. Gente que dança do mesmo jeito músicas diferentes. Tudo tão parecido, mas a cidade não me conhece, e muito menos eu a conheço. Mas mesmo assim, dançamos todos iguais. Somos desconhecidos, vizinhos em ruas paralelas procurando, no mesmo breu, respostas para as mesmas inquietudes da vida.
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